quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dá de lá bandeira qualquer


Uma vontade súbita de despejar sob essas linhas o desejo de você. Corro para que não se perca. E se já estivermos perdidos? Será que é tempo? Sempre é tempo, penso.
Insisto em decifrar o que há dentro disso aí. "Disso aí" mesmo. Dá medo de dizer sentimento, coração, qualquer coisa assim. O que é que tem de tão intangível? É de vidro? Quebra? Me diz, mulher. Tá certo. É claro. Quer dizer que tem sempre a exceção, o alguém. Sempre tem. Faz assim: vai - não me deixe saber que foi. Se apresse, viu? Talvez eu já saiba e acho que assim tudo se perde - a vontade, os desejos. Inevitavelmente se dispersam ao ponto de não estabelecerem entre si qualquer relação fria que seja - isso é pavoroso, baby.

Então se por algum acaso bem remoto - assim, desses bem distantes - algum vento soprar a nosso favor, aceite, coração. E quem sabe, não é? Quem sabe sabe um dia. Qualquer hora dessas, sem pressa. Não precisa correr. Talvez nossas pernas se percam e se confundam novamente em meio tanto amor-fogo-paixão-vontades-desejos-loucuras-segredos-juras; E até o sol volte, amor, vá saber. Talvez mais uma vez ele nos assista amanhecendo - e esta será só mais uma vez de tantas que passaram e outras que estarão por vir. Eu acredito. Acreditemos. Quem sabe mais que ventos: marés. E talvez até mais que marés: nuvens. Estrelas também, meu bem, por quê não? Mas vem cá, vou te dizer: não deixe esse vento virar furacão nem a maré pensar em ser tsunami. Não é difícil não, acho. Basta que as arestas sejam aparadas vezenquando - qualquer coisa como uma palavra bonita, um olhar meio ainda-tenho-esperança-em-nós, uma saudade repentina se não for pedir muito.

Quanto às estrelas? Não sei o que pode ser ruim. Bom, não é? Que bom, sim.
Só me resta pedir que brilhem por nós, então.

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