quarta-feira, 30 de junho de 2010

Aos marshmallows e sua leveza


A cada vez que eu me rendo - embora só eu saiba e ainda assim contra a minha vontade - a proteção, a cápsula, a película que já começara a criar alguma resistência se desmancha de vez. Entenda por "render" reinterar a minha admiração aos pedaços de esmeraldas reluzentes e deixar que elas me penetrem feito um tiro de borracha, felizmente (sim, feliz) não me permitindo algum contato direto.
O colete, cápsula, capa ou qualquer outra denominação que queira colocar, tem o ego derrotado quando você volta e, talvez sem pensar, diz que tem saudade. Só queria lhe dizer - por pensamentos, ventos, sincronia, telepatia, sei lá, qualquer coisa que perdure nossa distância física - que as suas palavras soam carregadas de sentimentos seguidos por incógnitas, talvez um pouco doce (e que seja doce), diria até que leve se não fosse este o único adjetivo que contradiz meu coração em situações semelhantes. Não que seja ruim. Aliás, talvez você me pese e isso pouco me importa. "Dinheiro não compra felicidade, mas compra marshmallows, o que é quase a mesma coisa." Marshmallows definitivamente não pesam.
Voltando ao que eu queria dizer e deixando de lado todas essas baboseiras significativamente relevantes, as suas palavras e a falta que você diz sentir me trazem de volta a serenidade recheada de receio feito o dia que dissera: "Eu gosto de você demais.", lhe transcrevi imediatamente a reciprocidade para que você nos erguesse um muro dizendo que não era a hora. E desde quando existe hora pra sentir?
Talvez você tenha adiado nosso relógio.
Ou mesmo levado muito ao pé da letra aquela ideia que seres humanos são universos isolados.
Prefiro nos deixar com um ponto final, as reticências insistidas por você nunca exerceram função coerente à língua portuguesa.

sábado, 5 de junho de 2010

Anotações sobre um amor urbano

- Mas é que agora você tem outra vida e...
- Você me ama?
- Amo.
- Do mesmo jeito?
- Não.
- Não?
- Não do mesmo jeito.
- Mas ainda me ama?
- Amo. Amo sim.
- Sabe o que eu acho? Nosso amor é o mais bonito de todos os amores. Porque o nosso amor é espiritual. Não é carnal, não é físico, não é corpo. É alma. É pensamento. É sintonia.
- Então... O nosso amor é aquele com letra maiúscula, né? Amor. É Amor.
- Maiúsculo de todas as formas possíveis. E eu te faço apaixonar comigo todas as vezes que forem precisas.
(...)
- Lembra quando a gente falava que ia casar?
- Mas a gente vai.
- É... Vamos. Vamos?
- Eu preciso desligar (...)
- Tudo bem. Eu te amo. Muito. Não esquece?
- Não te esqueço.

"Eu acho que o nosso amor pode fazer tudo aquilo que quisermos. É isso que te traz de volta pra mim o tempo todo."