sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu quase escreveria vários livros se as páginas suportassem tanta nostalgia. Eu quase te diria sobre tamanha saudade se não fossem os fatos que a justificam. E eu quase esperaria alguma coisa de você e de nós se a Lei de Murphy não fosse tão óbvia.
E, obviamente, quase. Porque metades sempre foram as nossas únicas certezas.
Vou fechar os olhos e contar naquela parede ali. Até dez. Você se esconde e eu te acho. Certo?
Pretendo que sejam dez segundos. No entanto lhe permito mudar as unidades: conte dez amores, dez anos, dez noites...
Quando eu tiver de abri-los, talvez foscos e nem tão castanhos, esperarei a certeza apenas do brilho dos seus olhos - por mim e para mim - como se nunca tivessem iluminado outros corações.

domingo, 11 de julho de 2010



Não me conformei. No entanto, te entendi. É claro que eu te entendi.
Você quis deixar o melhor pro final, feito o último quadradinho de chocolate que é sempre o mais gostoso - desprezando os medianos sem explicações aparentes. Não me importo. Não se importe. O que realmente importa é que eu ainda não o devorei e só o farei quando você nos permitir. É que o último pedaço - como todos os últimos de quaisquer outras coisas - tem sempre que ser guardado com um carinho além. Postumamente o prazer da degustação é maior.
Não é isso? É claro que lhe compreendo. E para provar tal compreensão e dar algum sabor ao contexto, acrescento: seja meio amargo, ao leite, branco - tanto faz, desde que seja doce.
E que seja doce.