quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dias modernos

Sentei na varanda e acendi um cigarro. Passei um bom tempo divagando algo sobre meu-deus-como-é-bom-ter-você-na-minha-vida e como-é-boa-essa-possibilidade-de- paz-recheando-tantos-equívocos-agostinianos.

Tive de ir a banca de jornais. O último trago. Fui.

Desculpe-me a demora e não repare se o assunto fugir completamente do de início. Chegando na banca, um rapaz - esses novos, metidos a conquistadores, dos dias de hoje, você sabe bem - comentou que minhas expressões pareciam desanimadas. Estranhei. Pensei em você e sorri. Disse que sim, talvez ele estivesse certo, agradeci. Logo melhoraria. Por ele, por mim - confirmei. Por nós também, mas este eu fiz baixinho, cochichei só para mim, claro. Caso contrário teria que explicar o porquê da primeira pessoa do plural e paciência era coisa que eu não esbanjava aquela quinta-feira, vá me perdoar.
Além do mais, conheces bem esses rapazes de hoje em dia - basta dizer sobre um par de olhos brilhantes, lindos, e cabelos contrastantes ao sorriso, para que os hormônios fiquem a flor da pele. Ah, esses rapazes-dos-dias-modernos. Começaria a me pedir detalhes, não duvido. Eu cortaria tudo ali mesmo: os detalhes só nós sabemos.

Parti logo. Preferi evitar a fadiga. E sim - respondi - voltarei em breve com um sorriso.

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